
Não há duas sem três. Paulo Fonseca conseguiu, à terceira candidatura, "arrebatar" para o PS a Câmara de Ourém, que desde sempre foi governada pelos sociais-democratas. A sua ambição agora é dotar o concelho de uma nova energia. E garante que avança sem medo.
Esta vitória tem sabor especial?
Quem ganha fica sempre feliz por ganhar e tem um sabor especial porque, 15 dias antes, o PS nas eleições legislativas conseguiu seis mil e tal votos, e eu tive 12 mil e tal votos, ou seja, tive mais sete mil votos que o PS. É uma responsabilidade acrescida porque as pessoas votaram no PS mas também votaram no Paulo Fonseca. E eu reconheço bem essa responsabilidade.
Foi a vitória da persistência?
Ourém é um caso especial porque tem uma sociologia eleitoral um pouco diferente do resto do país. Já houve dois vereadores do Partido da Democracia Cristã, que deve ter sido caso único no país. Por exemplo na disputa presidencial entre Jorge Sampaio e Ferreira do Amaral, em que Sampaio ganhou por larga maioria em todo o país, em Ourém Ferreira do Amaral teve mais de 80% dos votos, o que é bem o espelho de uma sociologia eleitoral que urgia modificar e inverter.
Foi uma aposta bem ganha?
Estávamos numa situação de paragem total, de falta de ideias, de algum caciquismo, de muito medo. Acho que o balão do medo rebentou nestas eleições. Os cidadãos fartaram-se de ter medo de coacções psicológicas a propósito das suas actividades, dos seus projectos e problemas. Estas eleições foram uma lufada de ar fresco que permitiu libertar o concelho, no sentido de haver alternativas. Uma alternativa vitoriosa que quero afirmar que será para todos. Hoje vou ser o presidente de todos os ourienses com igual tratamento, igual respeito e igual exigência para todos.
O PS tem quatro vereadores e o PSD três. Gostava de contar com o apoio da Oposição neste mandato?
Nós traçámos um rumo. Temos um programa democrático e aberto. Eu próprio anunciei, durante a campanha, que em Janeiro organizaríamos o Congresso do Concelho para que todos possam dar o seu contributo sobre qual o caminho a tomar. E todos significa todos. Significa quem ganhou as eleições mas também os partidos que não saíram vitoriosos e que, com certeza, terão muitas opiniões para dar a propósito do rumo que todos deveremos querer.
Será um mandato dialogante...
O que me comprometo é acolher as opiniões e contributos de todos. Quem quiser ficar para trás, ficar ao lado a assobiar ou a mandar bocas, tudo bem. É livre para o fazer. É-me indiferente. O que importa é traçar um caminho democrático e aberto a todos, e isso vai ser feito em cada momento. Naturalmente não é possível incorporar todas as opiniões, porque a convergência nunca é tão afunilada assim. Mas é possível enriquecer todas as medidas e acções do presidente e da Câmara com o contributo de todos. E disso eu não abdico.
Toma posse no dia 30. O que vai fazer no dia seguinte?
Tomar conta dos dossiês e emitir um despacho para promover uma auditoria à situação financeira e funcional da Câmara. Quero conhecer a realidade objectiva da Autarquia, mas também quero que toda a população a conheça. Não quero que daqui a três meses venham acusar-me de ter sido eu o causador de algumas das situações que hoje existem por aí. Essa clarificação é fundamental.
Está a falar da dívida?
O passivo da Câmara conhecido é de cerca de 50 milhões de euros. Mas há coisas que não conhecemos. Há ainda um conjunto de avaliações que têm de ser levadas em consideração, nomeadamente compromissos assumidos pela Câmara, alguns dos quais, segundo me dizem, não estarão cabimentados e aprovados legalmente. E tudo isto tem de ser levado em consideração para que toda a população e eu próprio saibamos qual é o número negativo que a Câmara tem e comecemos a trabalhar para recuperar gradualmente.
Há risco de não se poder fazer obra?
No curto prazo, teoricamente, pode haver dificuldades. Temos de conhecer primeiro o número exacto da dívida para podermos dar a volta. Um dos problemas do ponto de vista da estrutura financeira é que a Câmara já ultrapassou o limite legal de endividamento em cinco milhões de euros. Uma prioridade que necessita do nosso empenhamento total é chegar ao patamar da legalidade, do ponto de vista do endividamento bancário.
Quais são as prioridades para o concelho?
Ajudar os cidadãos a terem uma boa relação com a Câmara, a sentirem-se acolhidos e ajudados na resolução dos seus problemas. Outra acção que merece toda a nossa diligência e urgência é a aceleração da resolução de processos que estão na Autarquia há anos. Tem de se decidir: ou é aprovado ou não é. Depois, é preciso rever o PDM, coisa mais morosa e delicada, porque este PDM foi o último do país, foi mal feito e em cima do joelho e não atendeu à realidade do concelho.
E Fátima?
É a jóia da coroa que precisa de um novo alento de desenvolvimento. E de travar algum caos urbanístico que o PDM permitiu e contribuiu. Queremos dotar todo o concelho de uma nova energia.
Quem ganha fica sempre feliz por ganhar e tem um sabor especial porque, 15 dias antes, o PS nas eleições legislativas conseguiu seis mil e tal votos, e eu tive 12 mil e tal votos, ou seja, tive mais sete mil votos que o PS. É uma responsabilidade acrescida porque as pessoas votaram no PS mas também votaram no Paulo Fonseca. E eu reconheço bem essa responsabilidade.
Foi a vitória da persistência?
Ourém é um caso especial porque tem uma sociologia eleitoral um pouco diferente do resto do país. Já houve dois vereadores do Partido da Democracia Cristã, que deve ter sido caso único no país. Por exemplo na disputa presidencial entre Jorge Sampaio e Ferreira do Amaral, em que Sampaio ganhou por larga maioria em todo o país, em Ourém Ferreira do Amaral teve mais de 80% dos votos, o que é bem o espelho de uma sociologia eleitoral que urgia modificar e inverter.
Foi uma aposta bem ganha?
Estávamos numa situação de paragem total, de falta de ideias, de algum caciquismo, de muito medo. Acho que o balão do medo rebentou nestas eleições. Os cidadãos fartaram-se de ter medo de coacções psicológicas a propósito das suas actividades, dos seus projectos e problemas. Estas eleições foram uma lufada de ar fresco que permitiu libertar o concelho, no sentido de haver alternativas. Uma alternativa vitoriosa que quero afirmar que será para todos. Hoje vou ser o presidente de todos os ourienses com igual tratamento, igual respeito e igual exigência para todos.
O PS tem quatro vereadores e o PSD três. Gostava de contar com o apoio da Oposição neste mandato?
Nós traçámos um rumo. Temos um programa democrático e aberto. Eu próprio anunciei, durante a campanha, que em Janeiro organizaríamos o Congresso do Concelho para que todos possam dar o seu contributo sobre qual o caminho a tomar. E todos significa todos. Significa quem ganhou as eleições mas também os partidos que não saíram vitoriosos e que, com certeza, terão muitas opiniões para dar a propósito do rumo que todos deveremos querer.
Será um mandato dialogante...
O que me comprometo é acolher as opiniões e contributos de todos. Quem quiser ficar para trás, ficar ao lado a assobiar ou a mandar bocas, tudo bem. É livre para o fazer. É-me indiferente. O que importa é traçar um caminho democrático e aberto a todos, e isso vai ser feito em cada momento. Naturalmente não é possível incorporar todas as opiniões, porque a convergência nunca é tão afunilada assim. Mas é possível enriquecer todas as medidas e acções do presidente e da Câmara com o contributo de todos. E disso eu não abdico.
Toma posse no dia 30. O que vai fazer no dia seguinte?
Tomar conta dos dossiês e emitir um despacho para promover uma auditoria à situação financeira e funcional da Câmara. Quero conhecer a realidade objectiva da Autarquia, mas também quero que toda a população a conheça. Não quero que daqui a três meses venham acusar-me de ter sido eu o causador de algumas das situações que hoje existem por aí. Essa clarificação é fundamental.
Está a falar da dívida?
O passivo da Câmara conhecido é de cerca de 50 milhões de euros. Mas há coisas que não conhecemos. Há ainda um conjunto de avaliações que têm de ser levadas em consideração, nomeadamente compromissos assumidos pela Câmara, alguns dos quais, segundo me dizem, não estarão cabimentados e aprovados legalmente. E tudo isto tem de ser levado em consideração para que toda a população e eu próprio saibamos qual é o número negativo que a Câmara tem e comecemos a trabalhar para recuperar gradualmente.
Há risco de não se poder fazer obra?
No curto prazo, teoricamente, pode haver dificuldades. Temos de conhecer primeiro o número exacto da dívida para podermos dar a volta. Um dos problemas do ponto de vista da estrutura financeira é que a Câmara já ultrapassou o limite legal de endividamento em cinco milhões de euros. Uma prioridade que necessita do nosso empenhamento total é chegar ao patamar da legalidade, do ponto de vista do endividamento bancário.
Quais são as prioridades para o concelho?
Ajudar os cidadãos a terem uma boa relação com a Câmara, a sentirem-se acolhidos e ajudados na resolução dos seus problemas. Outra acção que merece toda a nossa diligência e urgência é a aceleração da resolução de processos que estão na Autarquia há anos. Tem de se decidir: ou é aprovado ou não é. Depois, é preciso rever o PDM, coisa mais morosa e delicada, porque este PDM foi o último do país, foi mal feito e em cima do joelho e não atendeu à realidade do concelho.
E Fátima?
É a jóia da coroa que precisa de um novo alento de desenvolvimento. E de travar algum caos urbanístico que o PDM permitiu e contribuiu. Queremos dotar todo o concelho de uma nova energia.
Alexandra Serôdio /JN
Sem comentários:
Enviar um comentário