Distrito de Santarem perde trinta mil habitantes entre 2010 e 2030

Se as projecções demográficas se confirmarem o distrito de Santarém vai perder cerca de 14 mil habitantes entre 2010 e 2020 e cerca de 30 mil habitantes entre 2010 e 2030. Esses valores constam de um estudo encomendado pelo Governo Civil de Santarém que fornece alguns indicadores preocupantes sobre o que o futuro nos reserva. A maior parte dos 21 municípios vai perder população, com danos maiores quanto mais se caminha para o interior.
Mação, Ferreira do Zêzere, Abrantes, Chamusca, Coruche e Tomar são alguns dos concelhos mais penalizados, se as previsões se confirmarem. Mas também municípios como Santarém, Ourém, Cartaxo ou Rio Maior vão sofrer na pele os efeitos da diminuição da natalidade. Almeirim Alpiarça e Constância não deverão ter grandes oscilações demográficas e, em sentido contrário, Benavente e Entroncamento devem continuar a ganhar população .
O estudo conjuga os valores da natalidade, mortalidade e saldos migratórios e prevê que a população no distrito, estimada em 463 mil pessoas em 2010, comece a decrescer já a partir do próximo ano. Em 2030, apenas seis municípios (Benavente, Entroncamento, Ourém, Salvaterra de Magos, Cartaxo e Almeirim) terão mais habitantes do que tinham em 2001.
Outra consequência da baixa da natalidade é o envelhecimento da população, fenómeno que se vai acentuar nas próximas décadas devido também ao aumento da esperança média de vida. Entre 2001 e 2030 perspectiva-se nos concelhos de Santarém, Ourém e Tomar um forte decréscimo na população jovem. Só em Benavente, Entroncamento, Alpiarça e Salvaterra de Magos se prevê mais população jovem em 2030 do que a existente em 2001. Ourém, Entroncamento e Benavente lideram os concelhos que em 2030 irão possuir maior número de idosos.
“As questões demográficas marcam não só as agendas sociais e políticas do presente, como vão ser, cada vez mais, decisivas para a sustentabilidade do modelo de sociedade e dos padrões de bem estar que desejamos no futuro”, escreve o governador civil de Santarém na nota prévia do estudo. Joaquim Botas Castanho diz mesmo que uma das maiores preocupações é o declínio demográfico, que “acarreta novos e complexos desafios”.
“Este progressivo envelhecimento da população levanta nas sociedades modernas novos desafios às políticas de saúde, cuidados de longa duração e de bem estar e qualidade de vida no envelhecimento, exigindo crescentes investimentos em equipamentos específicos de índole social”, acrescenta Botas Castanho.
O estudo “Evolução e prospectiva demográfica no Distrito de Santarém: Projecções e Análise Concelhia 2001/2030” é da autoria do economista Renato Campos, da geógrafa Margarida Oliveira e do planeador rural e urbano César Lourenço.

In O Mirante

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