O som das palavras (4)

A Câmara Municipal de Ourém concedeu tolerância de ponto a todos os funcionários do município na tarde de 12 de Maio, por ocasião da chegada a Fátima do Papa Bento XVI. Por decisão do nosso Governo, o dia 11 em Lisboa, 14 no Porto e 13 em todo o Portugal é também de folga para todos os funcionários públicos deste belo País. A Autarquia tomor esta decisão com o pretexto, e passo a citar «a tolerância de ponto deve funcionar para permitir aos funcionários que são crentes, associarem-se a esta manifestação religiosa».
É caso para dizer que a função pública está com o Papa, e não lhe faltam motivos para celebrar!
Vale a pena perceber o verdadeiro significado de tolerãncia de ponto associado à visita do Santo Padre. É um dia livre, devidamente remunerado, em que se pode ir ver o Papa ou fazer outra coisa qualquer, dependendo está claro, da religiosidade de cada um.
Quanto ao cidadão comum, que por não ser funcionário público não goza destas regalias, poderá também participar nas cerimónias mas com uma pequena diferença; não trabalha, não recebe! Sim porque para o "Zé" não há tolerância de ponto!
Sou católico, aprovo a visita do Santo Padre ao nosso País e em especial ao nosso Concelho, acima de tudo respeito o sentimento de fé de cada um, mas nunca aceitarei que sistematicamente sejam beneficiados uns em prejuízo dos outros.
Numa altura particularmente difícil, em que tanto se fala de contenção orçamental e subida dos impostos, é de muito mau gosto e grande injustiça social gastar milhares de euros nestas mini-férias da função pública.

16 comentários:

Anónimo disse...

Pois é,façam agora greves e manifestações pode ser que vos dêm mais uns dias de boa vida.
É preciso ter lata e falta de vergonha!

Anónimo disse...

JÁ NOS CINEMAS DE TODO O PAÍS MAIS UM FILME DA SAGA:

"FUNCINÁRIOS PÚBLICOS NO PAÍS DAS MARAVILHAS"

COMÉDIA PARA UNS DRAMA PARA OS OUTROS

Anónimo disse...

Fico contente por ver publicado mais um artigo do "som das palavras".
Por momentos até pensei que na freixianda já se silênciavam as vozes mais incómodas.

Pausa da Mente disse...

estou completamnete de acordo....
os funcionarios publicos não são mais que nos... mas parece!!!

Anónimo disse...

estou completamente de acordo...
os funcionarios publicoa nao sao mis que os outros... mas p o estado parece que são!!!

V. Oliveira disse...

Não poderia concordar mais com este Som das Palavras. Só mesmo em Portugal, para acontecer uma coisa destas. Sinceramente custa-me o rumo que o país está a levar, isto está a deixar de ser um país igual para todos para ser só de alguns...

Anónimo disse...

do mesmo modo que o autor do texto,tambem eu me sinto revoltado com este despesismo.

hoje o governo decidiu o aumento de todos os ivas, incluindo o dos bens de 1ºnecessidade,e no dia anterior gastou milhares deeuros com a visita do papa.

eu que peretenço a uma minoria e não sou catolico ainda mais tenho o direito á indignação se a igreja quer festa,a igreja que a pague.

se um lider religioso quer visitar portugal nada a criticar,se os fieis dessa religião querem participar dessa mesma celebração tirem o dia.

como portugues membro dum estado laico onde deveria haver separação entre estado e religião sinto me indignado com esta falta de bom senso.

Norte Freixianda disse...

É com especial agrado que leio novamente mais um artigo. À semelhança de outro post, por tempos pensei que tinham sido accionados mecanismos para silenciar as opiniões. Concordo inteiramente com o autor. Posso deixar o meu testemunho. A entidade para a qual trabalho não foi receptiva a este anúncio, devido aos constrangimentos dai resultantes. Por tal, sendo tolerância (subentende-se opção), solicitou-se autorização superior para funcionar normalmente. Até hoje não obtivemos resposta, mas recebemos uma circular informando todas as entidades dependentes daquele Ministério teriam obrigatoriamente de encerrar.

Anónimo disse...

Bom, não posso deixar de concordar com este dia de tolerância dado à função publica (não fosse Nossa Senhora padroeira e rainha de Portugal), não concordo, e isso sim, com que tenha sido restringido só a estes. Devia ter sido alargado a todos os funcionários compensado o estado a entidade patronal, de resto como acontece em vários países sempre que acontece algo do género. Quanto a tudo o resto sugiro que leiam uma entrevista feita pela RR a António Lobo Xavier... http://www.rr.pt/informacao_detalhe.aspx?did=104099

Edgar Duarte

Norte Freixianda disse...

Como funcionário público não posso deixar de reagir a alguns comentários mais depreciativos. Na minha opinião durante largos anos a maioria dos funcionários viveram numa autêntica "república de bananas", no entanto parece-me que hoje não é bem assim. Actualmente, todos pagam o preço da opinião pública pelos grandes erros do passado. Estes funcionários tem de estar preparados para o melhor (ex. um dia de tolerância), mas quando são decretadas medidas mais drásticas somos os primeiros a sentir.

o nerd disse...

Olá, como estão?

Em relação ao tema:

Que eu tenha que pagar mais 1 por cento de IVA em tudo, para que os senhores da função publica possam ter folgas para ir ver o papa, eu já tolero tudo, agora que me queiram passar por otário,isso meus amigos...NÃO!

Dizerem-me que quem está a pagar a crise são os funcionários públicos, enquanto eles estão de folga e eu, que pelos vistos sou de uma casta inferior, tenho que trabalhar, dá-me uma certa volta ao estômago.

Dizerem que a culpa da crise é do meu amigo, que não digo o nome porque ainda vêm ai prende-lo, só porque ele alem do seu emprego faz mais umas horas para ganhar mais “algum” e não paga os respectivos impostos, enquanto os outros que estão a “mamar” do fundo desemprego ou rendimento mínimo, ou a tirar um desses cursos de entreter, devidamente remunerados, mas que não produzem nada, e ainda são considerados heróis ou pelo menos mártires. São coisas, confesso, que deixam cá uma azia!

Levem-me o dinheiro, mas não gozem comigo.

Anónimo disse...

Os funcionários públicos têm de estar preparados para tolerâncias de ponto mas tambem para medidas drásticas.
É verdade,mas agora ficaram em casa,receberam o dia e ficaram bem caladinhos,nas medidas a que chamam drásticas saiem todos para a rua,chamam os sindicatos e só se calam se as negociações com o governo forem a vosso favor.
Afinal só estão preparados para o que convém.

Norte Freixianda disse...

Caro anónimo (18 de Maio), é pena que resuma TODOS os funcionários públicos àqueles que enchem as ruas nas megas manifestações. Essas classes são enormes em número, refiro-me por exemplo, aos professores, porém, não são os únicos funcionários do Estado. Há outras tantas classes que não vemos em eternas negociações.
Já agora, não socilitamos o dia de tolerância...

Anónimo disse...

Olha,os srs. professores os reis das mega manifestações.
Autocarros cheios,grandes cartazes,megafones,sim senhor.
Será por isso que os alunos são cada vez mais fraquinhos?

manuel disse...

A propósito dos malandros professores,que não fazem nenhum:
Sou professor, estive toda a manhã a corrigir longos trabalhos de alunos, parei para almoçar(tem de ser) e para descansar a vista nestes comentários/"lugares comuns", à tarde terei de continuar a corrigir, pois tenho de entregar tudo 2ªfeira aos alunos. Amanhã passarei a maior parte do dia a planificar as restantes aulas...
E agora, pergunto:
- Quem me paga para passar fins-de-semana completos sem poder dar a devida atenção aos meus filhos?
- Quantos de vós, que tanto protestam contra professores,têm de chegar a casa,todos os dias, e continuar a trabalhar? Quantos estão neste momentos a trabalhar em casa para outros?
"Vale a pena pensar nisto", como diz o outro.

Norte Freixianda disse...

Ainda a propósito dos professores, o Sr.º professor Manuel pode partilhar connosco o seu horário para reflectirmos. De certo estará 22 horas efectivas na escola e depois, normalmente um dia em casa, que penso que se destine a preparar aulas e a corrigir esses longos trabalhos. Os “não professores” dão 35/40 ou mais no seu local de trabalho e muitos, também, trazem coisas a fazer para casa. Os professores são mesmo um grupo muito contestatário.