Depois de um 2010 complicado, 2011 promete ser ainda mais difícil para as famílias e empresas, pois prevê-se mais impostos, menores salários e preços mais altos. Passada a euforia das compras de Natal, vem a dor de cabeça das contas no início do novo ano, em que muitos preços aumentaram. Passada a euforia das compras de Natal, vem a dor de cabeça das contas no início do novo ano, com a subida de impostos e preços.
O ano de 2011 já chegou e com ele novos aumentos. Os portugueses já começaram a fazer contas ao preço a pagar pela entrada no novo ano, que trouxe cortes salariais, redução de benefícios fiscais e aumento dos preços, impulsionado pela subida do IVA.
Em Outubro, e no âmbito da aprovação do Orçamento do Estado para 2011, foi anunciado uma nova revisão deste imposto: a 1 de Janeiro de 2011, o IVA aumentou de 21 para 23 por cento, mais 7 pontos percentuais desde que entrou em vigor, em 1986.
Já no primeiro dia do ano os portugueses começaram a notar os aumentos previstos para este ano. Os utilizadores dos transportes públicos estão a pagar mais 3,5 por cento nos passes e mais 4,5 por cento no global das tarifas. Para aqueles que não utilizam os transportes públicos, os aumentos também se fizeram sentir: a Brisa actualizou os preços em 0,6 por cento, ao que acresce o aumento de 2 por cento do IVA; nos combustíveis o preço também reflecte o aumento do IVA, prevendo-se ainda mais aumentos com a subida do preço do barril de petróleo; e o imposto sobre veículos também aumentou em 2,2 por cento.
Na área da saúde os custos também passaram a ser mais elevados apartir do dia 1 de Janeiro de 2011. As taxas moderadoras e os exames no Serviço Nacional de Saúde são mais caros e as isenções passaram a ser limitadas aos desempregados e pensionistas que ganhem até ao valor do salário mínimo. O preço dos medicamentos também foi alterado e entrou em vigor um novo regime de comparticipações. Assim, a comparticipação deixa de ser o preço do genérico mais caro e passa a corresponder à média dos cinco medicamentos mais baratos de cada grupo, o que na prática se traduz nos medicamentos mais caros para os portugueses. Além disso, os idosos que recebem 419 euros mensais podem ver a sua comparticipação reduzida. Contudo, nem tudo são más notícias e o preço dos genéricos baixou com a entrada do ano de 2011.
O orçamento familiar também foi afectado com subida de 3,8 por cento na factura da electricidade, o que corresponde a um aumento de 1,5 euros por mês, segundo a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos. À factura da luz acresce a contribuição do audiovisual que aumentou em 30 por cento, de 1,75 euros para 2,25 euros mensais.
A subida do preço do gás natural para os consumidores domésticos, serviços e pequena indústria varia consoante a região e oscila entre 2,6 e 4,1 por cento.
O aumento do IVA também terá um impacto nas telecomunicações, com as tarifas a registarem uma subida de 2,2 por cento.
As rendas das habitações vão ser actualizadas em 0,3 por cento.
A alimentação também sofreu aumentos e actualização do IVA em alguns alimentos. O pão subiu 12 por cento por causa do encarecimento em 40 por cento da farinha. Os refrigerantes, sumos, leites enriquecidos, margarinas, conservas de carnes, frutos e hortícolas e óleos alimentares serão afectados com a passagem de 13 por cento para 23 por cento de IVA.
A subida do IVA de 21 para 23 por cento vai encarecer a generalidade dos bens, desde a roupa, calçado, tabaco, automóveis, entre outros. As famílias também vão pagar mais de IRS e os trabalhadores a recibos verdes vão pagar mais contribuições para a Segurança Social, com a taxa a subir de 24,5 para 29,6 por cento.
As empresas vão enfrentar subidas no preço das matérias-primas e impostos, num contexto de menor procura por parte das famílias e de uma quebra do endividamento dos particulares.
O desemprego vai manter-se alto e o corte nas ajudas sociais vai baixar o rendimento das famílias.
Os salários na Função Pública também vão descer entre 3,5% e 10%, a partir dos 1.500 euros, e no sector privado esperam-se ajustamentos salariais em baixa nas novas contratações ou nos trabalhadores a termo.
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